Onde a mulher de coragem?

Ainda se desconhece o que "ser mulher" significa...

Neste tempo de alienação - vemos os papéis sugeridos pelas mulheres de fato de macaco azul de terras dominadas por bandeiras vermelhas a confluir no mesmo estereótipo de mulheres de tacão alto e fato executivo oriundas da pátria dos capitais...

A nossa cultura - a nossa vida - permanece dependente dessa personagem IMENSA: que amparava as brechas da casa com sua enorme coragem e que motivava homens, crianças e idosos a avançar...

Cada um com a sua responsabilidade:

Onde está a mulher das terras Lusitanas?

Onde as raízes que a façam ser e viver o chão que pisa, a terra que inspira.. a Primavera que se espera e que dentro dela renasce?...

Onde estão as nossas mulheres e homens de coragem?...

Bel

...cada vez que a beleza se transforma em mulher - o ser humano vibra porque mais um farol de luz começou a arder...

Ser livre...

Detendo o poder sobre outrém?... tudo aquilo que não nasce no meu ser me queima... todo o peso que levo além do meu é lastre a largar...

Detendo o poder sobre mim?... toda a força que não liberta - prende... todo o denso que acumular vem para me abafar...

Encontrarás uma criança... uma simples criança... entre teus campos luminosos... um canto puro a despertar...

Seu sorriso, prata cristalina... água da montanha não tocada... lavando a mentira, o nada se esvai ...

Sentirás um Sol que desponta, uma luz que te aquece sem saber de onde vem... tudo em volta te dará vida e vida serás tu também...

Irradiarás paz... pois a luz e a vida serão teu lar... caminharás por desertos e montanhas... e em casa estarás... tu verás!...

Sentirás que a Lua abraça o Sol e juntos fazem sintonia... no silêncio da sua melodiosa serenidade há encontro onde parecia haver oposição...

Olhando do alto verás um mar de prata... teus pés descalços na sua areia a brilhar...

Caminhando sem pressas sentirás águas salgadas, caminho ondulante entre as dunas sem par...

Livre... és a VIDA... não há poder para te encerrar...
Grilhões de ouro são uma afronta... para quem embala o amplo Mar...
No teu SER e no seu palpitar...
Ecoa o coração do mundo... em todo o tempo... em todo o lugar...

Quando

A Alma se agita e se digladia… procurando dar dó de peito, esticar ainda mais a sua forma de estar…

E alma abraça coração – ambos embrulhados num corpo que descai em cada segundo de fria distracção…

Fino envelope este, que envolve o ser no seu sono diurno e o embala nas suas divagações entre a luz clara do Luar

Estou à espera de te encontrar… 

Além da dor, do sofrimento e da estranheza

De abraçar uma sombra, de respirar o ar e não o teu alento

De dar a mão ao frio destino, sem o teu calor que lhe dê sentido

No fundo, bem no fundo

Quando: duas almas se elevam como uma

Quando: dois corações se fazem um palpitar

Quando: um abraço nem se dá nem recebe

Quando um par de mãos sem dono se encontram na noite dos dias e na madrugada do sentir

Então… então estaremos “No Reino”

AMEM

(Imagens- Ponte de Lima- e Textos: original do autor)